Michael Rich, o ‘pediatra das telas’ de Harvard, lança no Brasil livro sobre crianças e tecnologia
Em visita ao Brasil, o pediatra e pesquisador
Michael Rich
, professor associado da Harvard Medical School e fundador do Digital Wellness Lab, foi destaque na
conferência de abertura do 17º Congresso Brasileiro de Adolescência
, realizado em Porto Alegre. Organizado pela Sociedade Brasileira de Pediatria em parceria com a Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS), o evento reuniu especialistas para discutir o tema
“Adolescência em transformação: desafios contemporâneos e perspectivas para o futuro”
. A presença de Rich na abertura reforçou a relevância científica de sua obra e a autoridade de suas pesquisas sobre saúde digital.
Durante a passagem pelo país, o médico também promoveu o lançamento do livro
O guia do midiatra – Como criar crianças saudáveis, inteligentes e respeitosas em um mundo saturado de telas
, publicado pela Artmed. A obra reúne orientações práticas, baseadas em evidências científicas, para apoiar pais, educadores e profissionais de saúde na promoção do bem-estar digital e no desenvolvimento da alfabetização midiática.
Rich ainda participou de um
encontro promovido pelo Instituto Palavra Aberta na ESPM
, em São Paulo, que reuniu jornalistas, pediatras e educadores para debater os impactos das telas na infância e na adolescência.
Em sua agenda, o Dr. Michael Rick ainda realizou uma
visita institucional à sede da +A Educação
, em Porto Alegre, onde dialogou com a equipe sobre os desafios e oportunidades do ambiente digital no desenvolvimento de crianças e adolescentes.
A visão do Dr. Michael Rich
Para Michael Rich, o
bem-estar digital não se resume a limitar o tempo de tela, mas a orientar o uso de forma consciente, equilibrada e intencional.
Para ele, pais e educadores devem assumir o papel de mentores, modelando comportamentos, oferecendo orientação e monitorando o uso da tecnologia com diálogo e empatia. Rich alerta que o erro está em tratar os dispositivos apenas como ameaça
“não devemos proibir totalmente os celulares nas escolas. Mas as escolas deveriam ensinar as crianças a usar esses celulares de forma eficaz, assim como ensinamos a usar computadores ou até mesmo lápis e papel”
diz em
entrevista para o Portal GZH.
Essa mudança de perspectiva também se reflete na forma como a internet costuma ser apresentada às crianças. A
Folha de São Paulo destacou bem essa visão
:
“Quando colocamos toda a nossa energia na discussão sobre ‘segurança na internet’, estamos dizendo aos filhos desde o início que a internet representa apenas perigo. Deveríamos nos concentrar em ‘maestria na internet’, já que este é o ambiente em que eles vivem e no qual precisam ser competentes”
. Em vez de um espaço de riscos, a rede pode se tornar um ambiente de aprendizado, criatividade e pertencimento, desde que acompanhada com empatia e orientação.
Sobre a obra
Como o próprio Michael Rich ressalta,
“as crianças não são problemas a serem consertados, mas parceiros a serem ouvidos”
. Essa perspectiva norteia
O guia do midiatra – Como criar crianças saudáveis, inteligentes e respeitosas em um mundo saturado de telas
. A obra combina décadas de prática clínica e pesquisa acadêmica com orientações aplicáveis ao dia a dia das famílias, tornando-se uma referência para pais, educadores e profissionais de saúde que buscam compreender e acompanhar crianças e adolescentes no universo digital.
Com linguagem acessível e fundamentada em evidências científicas, Rich apresenta estratégias para
alfabetização midiática, bem-estar digital e construção de vínculos de confiança
, mostrando como transformar o uso da tecnologia em ferramenta de aprendizado, conexão e desenvolvimento humano. O livro também traz conselhos práticos para lidar com a dependência de telas, interpretar o que os filhos estão aprendendo com a mídia e superar a ansiedade diante da sobrecarga digital, sempre com o olhar compassivo de quem entende o jovem como protagonista de sua própria jornada.
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