O massacre ocorrido numa escola de Suzano (SP), em março, acendeu um alerta para a necessidade da psicologia educacional no acompanhamento psicológico de crianças e adolescentes. Bullying, obrigações sociais e pressão para apresentar boas notas são alguns dos fatores que tornam os jovens vulneráveis psicologicamente. Isso vale não apenas no ensino básico, mas também no superior.

A psicologia educacional, assim, surge como um apoio para estudantes que lidam com essas dificuldades. A presença de psicólogos em escolas e universidades ainda não é obrigatória no Brasil. Apesar disso, a participação desses profissionais ganha cada vez mais importância, em razão do aumento de ocorrências graves entre o público jovem. Um exemplo é o suicídio.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta o suicídio como a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, atrás apenas da violência. No Brasil, a ocorrência aparece no quarto lugar da lista. Entre 2000 e 2015, o número de casos envolvendo crianças de 10 a 14 anos cresceu 65%.

Há várias possibilidades de atuação para o psicólogo educacional. O Serviço de Orientação Educacional (SOE) é um dos canais mais conhecidos. A atividade envolve acolhimento, atendimento, orientação e acompanhamento dos processos educacionais. Para isso, entretanto, o profissional deve desenvolver algumas competências específicas.

Tarefas da psicologia educacional

O psicólogo educacional é mais um ator no processo de aprendizagem, unindo suas competências às de pedagogos, coordenadores e professores. No Brasil, o modelo de atuação surgiu para apoiar estudantes do ensino básico que apresentavam dificuldades de aprendizagem.

O objetivo geral, porém, é auxiliar o desenvolvimento humano, estimulando a autonomia e o amadurecimento do indivíduo a partir do ambiente de aprendizado. Além disso, o profissional pode contribuir para o próprio aprimoramento institucional, incentivando o corpo discente a desenvolver uma sensibilidade relacional, com base na troca de experiências.

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Outro foco importante da psicologia educacional é o apoio a alunos que são alvo de preconceito, opressão e bullying. A inclusão de deficientes cognitivos, físicos e sensoriais também integra esse escopo.

No ensino básico, o SOE é o principal espaço de ação do psicólogo. O profissional acompanha o processo de aprendizagem dos estudantes durante todo o ano letivo, fazendo intervenções e entrando em contato com a família quando necessário. Ele identifica dificuldades e necessidades individuais e coletivas de natureza emocional, relacional ou cognitiva.

O apoio aos professores no processo educativo também está entre os papéis do psicólogo educacional. Aqui, o profissional contribui para que o educador resolva suas próprias dificuldades. “A partir disso, o educador será capaz de ajudar os estudantes a viverem e a resolverem seus problemas individuais”, defende a psicóloga Regina Pedroza, doutora em Ciências da Educação e professora da Universidade de Brasília (UnB).

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